Golfinho é encontrado morto na praia do Massaguaçú, em Caraguatatuba
No último domingo (2), o Instituto Argonauta recebeu o acionamento para investigar a ocorrência de um golfinho morto na praia do Massaguaçú, em Caraguatatuba. No início de setembro, a cidade teve outros dois acionamentos pelo mesmo motivo, mas na praia Martim de Sá.
A equipe de campo do Instituto, que executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos, foi até o local e identificou o animal como uma fêmea adulta da espécie conhecida como Toninha (Pontoporia blainvillei). Nos casos de setembro, a espécie havia sido Sotalia guianensis, conhecida como Boto-Cinza.
Após a identificação, os agentes recolheram e encaminharam o golfinho para Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) de Animais Marinhos em Ubatuba, para realização da necropsia.
Após o procedimento, a equipe do Instituto verificou que, possivelmente o animal morreu por ter ficado preso acidentalmente em uma rede de pesca. Mas também apresentava estar debilitado, pois tinha algumas lesões internas, sinais de infecção e um tumor.
O Instituto Argonauta destaca que, por serem animais costeiros, o comportamento desta espécie está diretamente relacionado aos altos números de capturas incidentais pela pesca. Isso acontece quando o pescador não tem a intenção de capturar e ela ocorre de maneira acidental, também conhecida como bycatch.
Estima-se que existam, entre as regiões do Sul e Sudeste do Brasil, no máximo 10 mil indivíduos, pois a mortalidade das toninhas é muito grande e isso as deixam em uma condição de maior risco. Esta espécie é considerada uma espécie vulnerável pela Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção, da IUCN.
Coincidentemente, no sábado (1º), foi celebrado o Dia Internacional da Toninhas, com o objetivo de chamar a atenção para os riscos que ameaçam essa espécie. O Instituto Argonauta já atendeu cerca de 400 toninhas desde 2005.