Comunidade da Cocanha, em Caraguatatuba, pode virar Vila Turística
A Prefeitura de Caraguatatuba, por meio da Secretaria de Turismo, inscreveu a Vila Turística dos Pescadores e Maricultores da Praia da Cocanha no concurso do Governo Federal que vai escolher os destinos turísticos rurais que podem se candidatar ao titulo de ‘Melhores Vilas Turísticas’ do mundo.
A Praia da Cocanha, localizada na região norte, ainda mantém as características de uma vila caiçara, embora atraia milhares de turistas. Lá, os tradicionais pescadores colocam seus barcos ao mar e seguem para tratar da sua Fazenda de Mexilhão.
A comunidade mantém as tradições e, delas, se transformou na maior fazenda de marisco do Estado de São Paulo. São pelo menos 17 famílias que hoje vivem do cultivo e coleta do mexilhão. Também conhecido por marisco, este fruto do mar rende média de quase uma tonelada por mês.
Além do cultivo, a fazenda também é rota de passeio para quem quer conhecer o plantio submerso. Por isso, a atividade qualificada como Turismo de Comunidade de Base também é um atrativo para Caraguatatuba.
O Governo vai anunciar o resultado do concurso em outubro, durante a Assembleia Geral da Organização Mundial do Turismo, prevista para ocorrer em Marraquexe, no Marrocos.
Por meio de um selo, a Organização Mundial do Turismo (OMT) identificará as ‘Melhores Vilas Turísticas’. Elas servirão de exemplo de destinos rurais na relação com bens culturais e naturais. E também na preservação e promoção de valores rurais e comunitários, além da defesa da inovação e da sustentabilidade nos aspectos econômicos, sociais e ambientais.
História
Desde pelo menos a segunda metade do séc. XX existe na Praia da Cocanha. Inicialmente foi uma vila de ranchos de pesca, construídos e mantidos pelos próprios pescadores artesanais da comunidade local para abrigar suas canoas e objetos de pesca.
A partir daí, essa vila de ranchos caiçaras foi se transformando em um verdadeiro centro comunitário, valorizado por todos. Atualmente, além de servir como abrigo para as canoas, embarcações e apetrechos de pesca, ainda serve de sede para outras inúmeras atividades comunitárias.
Na vila, acontece também o Festival do Mexilhão, um evento que envolve toda a comunidade. Em 2021, um levantamento realizado pela MAPEC apontou que existem hoje ao menos 20 pescadores artesanais e 18 maricultores.
Para a secretária de Turismo, Maria Fernanda Galter Reis, o concurso foi apenas o ‘start’ para que a Vila da Cocanha se torne um produto. A Vila Turística Caiçara da Cocanha promete ser um espaço onde turismo e história, cultura caiçara e outras culturas que se envolvem.
“É importante ressaltar que a Vila está de acordo e cumpre com os objetivos de desenvolvimento sustentável. Podendo, se necessário, apresentar indicadores que comprovem o compromisso da Vila com sua comunidade, com o turismo e sobre tudo com a municipalidade”, afirma a secretária.
Ela disse ainda que a Vila Turística da Cocanha é apenas um produto que vai se expandir para outras regiões. Inclusive, já vai constar na revisão do Plano Diretor Turístico (PDTur) do município.
O presidente da Mapec, José Luiz Alves, destaca que esse reconhecimento é fundamental para o desenvolvimento da Vila e seus moradores que sobrevivem da pesca. “Alinhado com o turismo sustentável, com certeza será o ganho para a nossa comunidade”, diz.